domingo, 18 de setembro de 2011

Rumos incertos

Quem dera tivéssemos total controle sobre nossas vidas... Não podemos tê-lo nem mesmo sobre nossas escolhas... E nossas escolhas é que dão rumo a nossas vidas. O problema é que o rumo tomado pode ser, também, totalmente inesperado, incerto. Um rumo que até nós mesmos rejeitamos, ao menos, a princípio. Como fazer com que a sociedade aceite esta direção imprevista que até nós mesmos não compreendemos muito bem? O que fazer quando o tempo corre contra nós, quando, em breve, o fato será claramente revelado? Quando sabemos que, logo, seremos considerados abjetos, ignóbeis até por alguns dos indivíduos a quem queremos tão bem? Quando temos total ciência de que por mais que os mais próximos de nós, aceitem, que a sociedade se acostume com isso depois de um certo tempo, sabemos que haverá aversão e fúria de início? O que fazer? Adiar? Mas adiar não vai impedir que o fato transcorra, que todos percebam... Em meio a dúvidas e incertezas, finalizo este texto e o dedico a você, minha querida pessoa que vive um desses momentos sobre os quais não temos controle algum. E, expresso por meio dele, meu empático sentimento compreensivo sobre essa categoria de acontecimentos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Estojos, queridos estojos

Há dias em que você acorda triste. Tão triste que cada um de seus atos parece sem sentido. Há, também, dias em que você acorda extremamente feliz. Tão feliz que o simples som oriundo da chaleira de água prestes a fever para o preparo de um ótimo café lhe deixa maravilhado e se torna tão importante quanto tudo o que ocorrerá durante o resto do dia.
Mas há, infelizmente, os dias em que você esquece seu estojo em casa. Quão terríveis são tais dias! Não há nada que se possa fazer a não ser se conformar... É nesses dias que as pessoas VÃO lhe pedir aquelas coisas que só você carrega consigo. É nesses dias que você mais precisará do que nele está contido. Você percebe que um simples recipiente, infinitamente modesto, (por alguns, até considerado ordinário) é quase tão importante como um dos seus próprios membros (superiores ou inferiores!). E pior, sua dependência por ele faz você perceber que sua própria vida gira ao redor dele. Você se percebe prisioneiro em uma espécie de sistema no qual seu estojo é o centro! Studium centrismo, talvez? Não sou muito bom com invenção de novos léxicos... Sei apenas que é emprestando uma caneta , ou fazendo um comentário sobre a da pessoa do lado, que você pode fazer um novo amigo. Talvez o melhor amigo que venha a ter na vida. Ou talvez se apaixone, consiga um novo emprego, ganhe uma viagem, passe em um concurso (sim, até mesmo isso! Como o faria sem utilizar seus pertences armazenados cuidadosamente em seu estojo?). Às vezes, as pessoas não se dão conta da importância de estojos em nossas vidas. Pessoas mais sérias dirão que tudo isso é baboseira, que estojos servem apenas para uma melhor organização de materiais menores, ou, como nos diz o Sr. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, "caixa cuja forma e disposição internas se adaptam ao conteúdo". Forma e disposição internas se adaptam ao conteúdo e nós moldamos nossas próprias vidas a partir do conteúdo que nele inserimos.
Sim, estojos são importantes, tão importantes quanto comer, dormir, ler, sorrir. Definitivamente vivemos em um sistema Studium centrista! Haha! Acredito que ao menos eu viva!
E, após este curto devaneio, acabei de lembrar de que tenho um texto para escrever. Uhm... Deixe-me ver... Papel, apoio e... Vejamos... Onde está meu estojo?

domingo, 14 de agosto de 2011

Minta!

Ser você mesmo é fácil? Quão cômica é essa afirmação ignorante!
É hora de se esconder! A maioria não deseja que você seja quem você realmente é, mas o que espera que você seja… Portanto, finja! Viver em harmonia é mentir inescrupulosamente! Viva na mentira, ninguém quer provocações capazes de abalar, mesmo que minimamente, seus alicerces fragilíssimos conhecidos por sua tão errônea e mascarada solidez. Guarde seu precioso eu para quem realmente vale a pena. Espere pacientemente pelos poucos momentos de felicidade que terá, pois esses serão reservados aos por você queridos. E, uma vez nesses momentos, saiba tirar proveito deles, pois muito tempo se passará até que possa desfrutá-los novamente. Abandone a ilusão de felicidade plena! Não se apegue a um conceito tão inverossímil. Aceite sua condição marginalizada e deixe de sonhar. Só assim será reconhecido, apenas quando sua infelicidade chegar a um ponto tão extremo que o leve ao suicídio.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Superfluidade

Comprado!
Usado

Visto
Percebido
Quisto
Notado

Amado
Adorado
Desejado
Tocado

Roubado?
Perdido?
Quebrado?
Estragado?

Não
Pura e simplesmente acostumado
Habitualizado
Por demais usado
Esquecido...

Transformado
"Paisageado".

domingo, 12 de junho de 2011

E assim se vive 2 - Esquecimento

Mais uma vez, esquecemos...
Esquecemos o que há de ruim para nos deliciarmos com as falsas maravilhas mal escondidas por trás de um mundo álgido. Esquecemos nossos sofrimentos em meio ao emaranhado de obrigações que nos são atribuídas, não encontrando tempo sequer para chorarmos por alguém que não mais está conosco...
Adiamos nossos desejos, nossos sonhos por um futuro que nunca chega. Trabalhamos por um suposto bem que está por vir... Para quê? Para vivermos na insensibilidade?
Para sermos controlados como peças de um grande jogo? Peças ocas, sem voz, pequenas estátuas petrificadas por dentro que agem mecanicamente em função de um "bem" maior.
Bem?
Não consigo percebê-lo...

domingo, 5 de junho de 2011

À Ela

É Ela, a jovem donzela
É a mãe protetora
É, também, a sábia anciã
E portanto, a guardiã

É a graciosa mulher
Porém forte e perspicaz
Infinita em sua beleza
E, também, em sua destreza

É presença aconchegante
Quem nos embala e protege
É o reconforto e a esperança
E, igualmente, temperança

É prudência e sabedoria
Em sua vivênvia infindável
Do ciclo, é a conclusão
E, por fim, destruição

É o farol na escuridão
A nova criação
É o recomeço
O princípio, o meio e o desfecho.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

E assim se vive

Cá estamos novamente, ansiando pelo maravilhoso momento que deixamos escorrer por entre nossos dedos, sofrendo mais um pouco para obtermos o que realmente queremos e que, infelizmente, nunca chega...
Mas insistimos em aguardar, instimos em esperar...
Perduramos em um masoquismo exacerbado que guia nossas vidas, que nos faz esquecer que morremos um pouco a cada dia, que nos faz sentir prazer com um futuro imaginado, inexistente.
E assim se vive, mergulhando na tão quista imensidão de caos que cerca nossas rotinas, na ilusória desordem que nos anima dia após dia.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Alone...

It's unbelieveble the way you can feel about a situation. You're so fine one day and something unexpected, but that you really wanted to, happens and you don't have any idea of what to do. You're kind of blind in the middle of a dark night.
No moon and no stars and you're alone. Alone with your thoughts, your very dangerous thoughts. You search for answers, but all you find are questions. And you find out how sensitive you are, how silly you can be and also how you can hide yourself your own weaknesses. It's easier not to see them, really easier. Imagine yourself fighting against something you know it's inside, you know it's not only part of you but you yourself. Even accepting it for some time, you notice how difficult it is for you. Even having friends who accept you the way you are, you notice there's something wrong. Is it an established social basis you'll never be able to rebuild or at least control? How are you going to live with it? Neither your friends nor the society's development of consciousness is going to help you now. You're alone and you'll always be.
Better stop thinking about it then.
Continue living and forget it.
Yes, I feel much better now.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Rafa

http://pacotinhodebalas.blogspot.com/2011/02/o-momento-passou-deixei-passar-por.html

Esse foi mais um que passou.
Entre os vários que nos escapam desapercebidamente, esse se fez notar em sua lacuna abandonada, seus minutos inexistentes.

Deisi

http://setefiosumtear.blogspot.com/2010/09/quem-sofre.html

Até quando?
Até quando optaremos por chorarmos as mesmas lágrimas do mocinho? Mocinho, esse, que pode ser tão ruim, ou até mesmo pior, que o próprio vilão. Historicamente, podemos perceber atrocidades cometidas contra determinados povos da antiguidade, os quais eram tachados de marginais, sem consideração alguma por sua cultura diferenciada, suas vidas. Não somos, hoje, um reflexo de nosso passado? Não somos, porventura, nós mesmos, os vilões transvestidos de mocinhos?

Para sempre?

Cômica a maneira como vivemos. Criamos, ao fazermos planos, traçarmos metas, realizarmos sonhos, a falsa ilusão de que somos imortais.
Ilusão errônea essa que pode, facilmente, ser quebrada. Basta adoecermos durante dois dias para percebermos quão vulneráveis nossos corpos são.
Talvez devêssemos pensar em como vivemos, afinal de contas, não somos imortais.
Aproveitar mais os momentos felizes de nossas vidas? Talvez.
Mais empatia? Quem sabe?
Compreender melhor como o sistema nos aliena? Por que não?
Ter uma vida mais saudável? Pode, porventura, funcionar.
Quiçá fôssemos melhores agindo dessa forma.
Ou não.
E minha opinião? Bem, penso que a compreensão da alienação é o primeiro passo para percebermos como poderíamos agir de forma a termos uma vida melhor. Ou queremos mantê-las estagnadas para sempre? Desejamos, mesmo, submetermos-nos cegamente às regras do sistema? Preferimos pensar que somos os senhores de nossas vidas, quando não somos? Trabalharmos a semana toda, implorando para que essa passe o mais rapidamente possível e que o final de semana chegue tão logo quanto possível é o que realmente almejamos? Será que este tipo de comportamento não revela algo errado? Sim, tão errado, mas que é tremendamente difícil de compreender? O que está errado? O que me impede de perceber?
É... Melhor ficar por aqui, este trecho, por si só, pode ocasionar crises inimagináveis em alguém que realmente queira compreender, alguém que não deseja continuar na aterradora e umbrosa trama desenvolvida por um sistema cruel. Tão cruel a ponto de intimidar muitos frente a qualquer situação que possa tirá-los de tal situação...
E o processo é contínuo, não há como descobrir tudo de uma única vez.
Utópico? Perhaps...
Para o sistema, todo tipo de visão que tenta desmascará-lo é utópica!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Hipocrisia cotidiana

Muitas vezes, sou culpado por passar pelas pessoas na rua sem sequer cumprimentá-las.
Não me culpem, estava apenas pensando!
Pensando na vida, no que tinha que ter feito, no que terei que fazer, com quem precisarei falar, que trabalho preciso terminar, quais provas tenho que corrigir, pra quem tenho que ligar, desejar feliz aniversário ou simplesmente lembrar que eu existo, que ainda lembro da pessoa mas que não tenho muito tempo de falar com ela, afinal de contas preciso trabalhar, ter dinheiro e comprar coisas. Ah! Estudar também, para ter mais dinheiro e comprar mais coisas.
Sim! Dinheiro! Preciso de dinheiro agora!
Amigos? Ah, esses podem ficar pra depois.

Triunfo

Instante trivial que ocasiona alegria a tolos como eu?
Não importa.
O que importa é que consegui e você não.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Good boy

-Hey, mom! Hey, dad!
-Hey son! How're you doing? - asks dad.
-I'm good! I just need to tell you something... I can't help it, it's hurting me a lot not sharing it with you...
-Okay, go ahead, dear son! - says mom.
-I'm... Well... I'm so happy you are these very good parents I have and I think I'm not being a very good son...
-Don't worry, son! You're great for us and you don't cause any trouble. We'll always be proud of you! Why are you saying that? - asks dad.
-Nothing. It's just that I... I love you so much!
-We also love you! - says mom.
After the parents' leaving, the son wondered:
-Another frustrated attempt of telling them the truth... I think I'll never be able to do it...
He slept very late that night and even being so exhausted, some nightmares came, all of them caused by the awful social rules against who he really is.
When he woke up, he opened his eyes and thought:
-Another day, gotta go to school, be humilliated there, cry a lot about it, study to forget it, be a good boy and also try to create a good reason for my parents to love me...
And that's it...

Mentiras

Mentiras verdadeiras
Tão verdadeiras em sua plenitude
Que facilmente por você são aceitas

Mentiras inventadas por você mesmo
Mentiras que lhe machucam
Que você insiste em crer
Em um masoquismo desesperado
Devido à incessante necessidade de aceitação

Aceitação? De quem?
De você mesmo?
Talvez.

Vazio...

"Você sabe o que é isso? Quando é só você e uma folha de papel em branco? Quando você não consegue pensar numa única coisa que valha a pena dizer, um único personagem em que se pudesse acreditar, uma única história que já não tenha sido contada..." (Sandman - Neil Gaiman)
Às vezes, escrever demanda tempo... Momentos de inspiração induzida são difíceis de serem criados. Você está em sua zona de conforto, apenas aproveitando o tempo livre com inutilidades que no instante em que são realizadas, fazem-se ser as mais úteis ações do dia...
Ideias vêm, ideias vão. Vêm quando você menos espera e se você não aproveitá-las, escrevê-las, simplesmente se vão, não deixando vestígios de um dia terem sequer existido, deixando-nos no enorme vazio acinzentado com meros vislumbres esfumaçados de ideias há tempos esquecidas.