sábado, 27 de setembro de 2008

Sobre escrever

"Devo escrever", é o que me fala a consciência, quando lembro que possuo um blog... Não só por possuir um blog, mas também por saber ser capaz de criar algo razoavelmente bom.
Mas o que?
Essa é a parte difícil...
Escrever não é o problema, não exige muito de mim, mas e quando deparo-me com a gigantesca muralha que impede-me de enxergar além, que impede-me de enxergar um assunto interessante que daria-me uma fantástica história?
Esse é o problema de um escritor: inspirar-se o bastante para ser capaz de quebrar a barreira que bloqueia a imaginação. E como é grande, essa barreira...
Mas vamos ao assunto que interessa. Chega de voltas que chegarão à famosa indagação sobre o porquê de estarmos aqui.
Tentarei explicar o principal motivo que me leva a escrever (sobre meu confuso, como já disse a Rafa quando criou este blog, ponto de vista).
Escrevo para libertar sentimentos, (aprisioná-los ao papel, como já escrevi em um texto ainda não publicado), para utilizar-me das crises de imaginação, às quais não me surgem freqüentemente, porém valiosíssimas para a criação de um bom texto, seja ele conto, poema, pequena história, ou simplesmente um texto como o que você está lendo agora.
Mas como consigo formar idéias durante inexistência de um dos meus momentos de criatividade liberta?
Simplesmente, tento criá-los. Mas como assim? Criar os momentos de criatividade liberta? Como é possível?
Exatamente isso, e posso dizer que é possível sim (ao menos no que se refere a mim).
Uma música, um local, uma pessoa, tudo pode ser considerado como um apetrecho muito útil na escalada dessa muralha de pensamentos. É como se estas simples situações elevassem o nível de consciência, criando um falso momento de inspiração, ou melhor, um "momento de inspiração induzida"*, o qual pode ser aproveitado durante a escrita.
Só deixando claro, nenhum destes apetrechos surtirá efeito se o mesmo não for profundamente sentido. O sentimento deve fazer parte da escrita, para que o texto demonstre o que o autor quis dizer. Isso deve ocorrer, principalmente, com poemas. Como disse minha amiga Rafa, "o poema é como uma pílula de sentimento; você escreve para que os outros entendam o que você sentiu naquele momento".
Mas, retornando ao assunto principal, escrevo, principalmente, pois gosto de escrever. Acredito que todo bom escritor é antes um bom leitor e a leitura traz grande influência quanto a maneira a qual escrevo atualmente. Gostar de ler, de adentrar mundos e dimensões diferentes, levou-me a gostar de criar mundos e dimensões diferentes; ou simplesmente deixar de ser egoísta e repartir minhas criações imaginárias com as outras pessoas.
Acredito que é esse o motivo de eu escrever...
Ou, talvez, seja simplesmente uma explicação maluca criada por minha racional forma de ver o mundo (devo deixar claro, que possuo variadas formas de ver o mundo e que a racional é apenas uma delas).

*by Rafa

JF

Um comentário:

Rafa disse...

"(...) criando um falso momento de inspiração (...)"

Se você cria, de fato, a sua inspiração com uma música, uma pessoa, um local, não se pode mais chamá-la de falsa! Você cria um momento de inspiração real. A palavra seria "momento de inspiração induzida", levando em consideração os momentos "espontâneos" de inspiração. Falando nela, acabou a minha – inspiração – então vou parar de falar e ir dormir porque já é tarde (2:32 a.m.), mas ainda tenho o que dizer sobre este assunto. Fica pra outra hora.

P.S.: Fantástico esse Mundo de John